Okay, renovando o blog hoje, postarei quando a vontade de escrever vier. Vamos ao principal.
Primeiramente gostaria de dizer que
não sou nenhum cientista da área ou coisa do gênero, mas senti que precisava
escrever sobre minhas opiniões e percebi que estava escrevendo demais, então
decidi escrever aqui.
O
assunto de hoje de certa forma é a pena de morte. Em minha opinião a pena de morte não deve
ser utilizada para o fim de fazer o bandido pensar duas vezes, senão a prisão
já resolveria este problema. O caso é que não sabemos mais porque prendemos as
pessoas neste país.
Este tipo de pensamento só é verdade se o número de criminosos for finito. |
Meu
amigo postou um vídeo sobre as opiniões do Bolsonaro sobre o assunto (Para quem
não sabe aqui vai o link https://www.youtube.com/watch?v=8kjtAz6hhGU).
É compreensiva a fala carregada do Bolsonaro, porém, punir apenas para
satisfazer nossa vontade interior de vingança não trará benefícios, e estaremos
mais fadados a erros de julgamento emocional. A justiça precisa ser de fato
cega no sentido de sem preconceitos. Porque a pena de morte? Primeiro pensemos
por qual motivo prendemos criminosos, quem disser que é para reintegrá-los a
sociedade está sendo ingênuo. ONGs reintegram, programas sociais reintegram,
educação reintegra. A prisão apenas serve como forma de afastar da sociedade
quem não está apto a viver com ela. Sendo assim a prisão é necessária em muitos
casos, mas agindo em conjunto
com políticas de reintegração.
Ok,
então quando houver casos onde a reintegração é impossível, ou quando mesmo
dentro do isolamento social estes indivíduos continuam a agir de forma
prejudicial à sociedade externa? A pena de morte solucionaria estes casos, mas quem teria o poder de julgar a incorrigibilidade de alguém? Dizer
que a pena de morte vai fazer os bandidos pensarem duas vezes é um mito, na realidade poderá
colaborar para que eles tentem garantir que não serão punidos antes de
cometerem os crimes. Quem consegue escapar por entre as brechas da lei se
sentira ainda mais poderoso.
O
erro, tanto dos Direitos Humanos quanto de quem é contra, é não entender quais
são os objetivos dos mesmos. A generalização complica o diálogo. Não é porque
não devemos deliberadamente fazer sofrer um ser humano, que não devemos puni-lo
quando este vai contra a sociedade. Mas a punição deve vir carregada de um
significado e este significado deveria poder contribuir para a melhora social
deste indivíduo.
Peguemos
o exemplo citado pelo Bolsonaro, o ser humano amarrado ao poste realizou ações
contra a sociedade e isto é errado (Não entro a fundo no caso, pois não li o
suficiente sobre o mesmo, apenas utilizo o exemplo). Podemos reforçar as
atitudes boas do mesmo, quando estas aparecerem, para que ele mude seu
julgamento de valores de forma positiva. Podemos também punir as más atitudes para
que a recompensas de agir contra a sociedade percam seu valor. Reforçar as boas
atitudes leva tempo e deveria ser uma prática constante ligada a nossa educação
e família, o que infelizmente não é o caso. Então resta a justiça aplicar o
método punitivo de mudança de comportamento, porém isto não significa que “justiceiros”
devessem autonomamente agir em nome da população.
O que de fato é merecido, o que queremos com nossas ações? Será que de fato dois erros dão um acerto? |
Sim,
nos dá raiva ver que nossa justiça é ineficaz e por isso certas atitudes parecem
justas, mas partimos do princípio que todos os cidadãos deste país concordaram com
a mesma constituição que prevê os mesmos direitos e deveres. Infelizmente não é
porque este indivíduo esta quebrando as regras que podemos quebrar as regras a
vontade para aplicarmos a “justiça”. Esta deveria vir através da nossa força
policial, através do sistema carcerário que em teoria iria remover o mau
elemento da sociedade.
Uma sociedade completa de "Frank Castles"? |
Para
mim, ”justiceiros” são tão ineficazes quanto uma polícia despreparada, a diferença
é que teoricamente testamos as capacidades de julgamento dos policiais
atuantes. Infelizmente a situação de sucateamento que temos nos nossos serviços
básicos de saúde, transporte, educação e segurança transforma nossa força
policial em um grupo certificado de “justiceiros”. Nossos protetores não se
importam em agirem de forma truculenta justamente por sofrerem uma exposição
terrível a violência moral e física todos os dias em seus trabalhos sem o
acompanhamento psicológico necessário para garantir que os mesmos estejam aptos
a trabalhar lidando com pessoas, tanto de bem como com bandidos.
Talvez
seja a hora de questionarmos o valor geral que estamos dando a cada pessoa
envolvida neste conflito de ideias. Será que consideramos menos humanos apenas
os cidadãos marginais ou será que além desta realidade também temos os agentes
do controle da ordem sendo tratados como cães, que devem obedecer e não podem
se considerar parte da sociedade por quem dariam a vida todos os dias para
defender. São pessoas, marginais e policiais, que vivem constantemente em um
combate onde redenção é uma palavra desconhecida, e onde a pena de morte já
existe há muito tempo longe dos olhos de quem tem medo de ser vítima.
E quem julgará o nosso mal? |
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